O Bagua simbólico usa as ener­gias de cada direção para se relacionar com a jornada da vida. A jornada começa à entra­da da nossa casa – a boca do chi – e segue por um caminho predeterminado através da casa até chegar à sua conclusão.

A PERCEPÇÃO E O BAGUA SIMBÓLICO

Muita da proficiência para compreen­der um exame Feng Shui do nosso ambiente imediato reside na leitura dos sinais ali existentes. Se somos saudáveis e felizes, isto pode revelar-se um processo relativamente fácil. Se não somos, a nossa perceção pode ser afetada pelo nosso estado físico ou emo­cional e podemos não ser capazes de ver as coisas claramente. Vale a pena repetir a frase chinesa «Primeiro, sorte; segundo, destino; terceiro, Feng Shui; quarto, virtudes; quinto, educação», pois ela mostra que em certa medida os nossos desti­nos e personalidades não estão nas nossas mãos. Se abraçarmos o Feng Shui, pensarmos e agir­mos positivamente, e fizermos uso do conhecimento que o Universo tem para ofe­recer, então podemos começar a tomar conta de partes das nossas vidas que podemos con­trolar, tornando-as o melhor possível.

Parte do processo do Feng Shui é despertar os nossos sentidos e sensibilidades para o nosso ambiente. Entre outras coisas, cada um dos Cinco Elementos governa diferentes sentidos, e o nosso objectivo é criar um ambiente equili­brado no qual todos os nossos sentidos sejam satisfeitos e a nenhum seja permitido predomi­nar sobre os restantes para criar um desequilíbrio.

Podemos aumentar a nossa percepção do mundo se enveredarmos por diferentes expe­riências. Lance um olhar objectivo sobre a sua rotina semanal e decida-se quanto a uma nova experiência ou actividade que venha acres­centar algo diferente à sua vida.

Um Escantilhão Mágico

Quando há vários anos o Feng Shui come­çou a espalhar-se no Ocidente, o funciona­mento do círculo era conhecido apenas por uma mão-cheia de eruditos. Esses primeiros tempos distinguiram-se pela criação de, e infindáveis discussões sobre, o funcionamen­to do Bagua. Foi então usado, tal como agora pelos praticantes tibetanos, como um escan­tilhão mágico que é alinhado com a porta da frente da casa, com a entrada de um quarto, a frente de uma secretária ou até um rosto.

Este escantilhão é então usado para forne­cer informação que possa permitir-nos compreender a nossa energia e fazer correc­ções que criem equilíbrio e harmonia. Alguns praticantes chineses têm mesmo procurado usar o Bagua a par do método do círculo. Colocam-nos por cima do plano de uma casa de forma que fiquem posicionados com a área da Carreira no norte, independentemente da situação da porta da frente.

Outras tentativas chinesas tradicionais concentram-se na interpretação das energias indi­cados pelos Cinco Elementos e pelos anéis do luo pan. É tal a «magia» do Feng Shui que, nas mãos certas, todas as tentativas parecem resultar. Os recém-chegados ao Feng Shui podem achar difícil relacionar-se com um círculo. Cheios de esperança, usarão um dos métodos para experimentar por si mesmos a magia dos primeiros dias de descoberta e serão arrasta­dos mais profundamente por esta extra­ordinária filosofia, ao mesmo tempo que tomam conhecimento das suas possibilidades.

O Bagua Simbólico

Ao longo de todo este livro veremos como várias imagens estão ligadas a cada um dos oito pontos do Quadrado Mágico ou Bagua, nele baseado. O Bagua simbólico usa as ener­gias de cada direção para se relacionar com a jornada da vida. A jornada começa à entra­da da nossa casa – a boca do chi – e segue por um caminho predeterminado através da casa até chegar à sua conclusão. Ao focar um aspeto das nossas vidas que desejamos esti­mular ou mudar, podemos usar as energias do Universo e fazê-las trabalhar para nós. Psicologicamente, pôr em foco uma área permite-nos criar as circunstâncias para provocar a mudança.

Até agora, tem sido usado um acesso ao cír­culo tradicional, mas o diagrama em cima permite-nos usar um de dois acessos. A partir de agora, os leitores podem sentir-se à vontade para estabelecer contacto com o Bagua como quiserem e, através dele, com as forças intangí­veis que tornam este assunto tão fascinante. A maior parte das pessoas que tem usado o Feng Shui experimentou mudanças nas suas situações. Estas correspondem frequentemente à verdadeira energia em torno de um relacio­namento ou situação, mais do que aos nossos desejos. Os resultados servirão em última aná­lise os nossos melhores interesses, porém, o resultado é muitas vezes inesperado.

Do Manual Enciclopédico de Feng Shui, de Gill Hale, Editorial Estampa

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