
A RESPIRAÇÃO DO UNIVERSO
“Doença, preconceitos, indecisão, desprezo, indolência, vulgaridade, conceções erradas, falta de orientação e instabilidade — estas perturbações do espírito são obstáculos que coexistem com a inspiração e a expiração desordenada.”
Patanjali
Introdução
– Serge Anatole, o halterofilista russo mundialmente famoso, caminhou pelo palco e olhou com agrado para a barra de trezentos quilos. Deu uma volta completa em torno do maciço corpo de metal frio. Os músculos que cobriam a sua figura de dois metros moveram-se nervosamente enquanto falava consigo mesmo e tentava acalmar a sua mente antes de tentar o levantamento que lhe daria o recorde. Então, depois de mergulhar as mãos no recipiente de resina e de as ter batido uma contra a outra para as libertar do excesso de pó, formando uma nuvem branca, aproximou-se da barra. A sua face mostrava um olhar vazio e abanou a cabeça repetidamente com as mãos. Estava pronto. Encheu o peito de ar, alargando a sua apertada camisola. Agarrou a barra prateada com as suas enormes mãos, sorriu na direção das câmaras de televisão e levantou a barra acima da cabeça num movimento ondulante com a facilidade com que um pai orgulhoso pega no seu filho recém-nascido.
– Imagine isto… Caminha por uma rua escura e vazia e vira para um beco sem saída. O cheiro dos caixotes do lixo enche as suas narinas e, de repente, sente que alguém o observa. Assusta-se, mas continua o seu caminho até uma porta que pensa estar algures no escuro à sua frente. Subitamente, sem qualquer aviso, um caixote do lixo é despejado com estrondo ao seu lado e surge uma grande sombra negra. Apavorado, com a respiração alterada, espera nervosamente enquanto o seu coração bate com violência. Felizmente, é apenas um gato vadio que se roça inofensivamente na sua perna e desaparece por detrás de alguns caixotes de cartão.
– Está um dia esplêndido na Califórnia e as praias estão vivas com o som dos surfistas que esperam impacientemente por algumas boas ondas para saltar para as pranchas. Subitamente, um ruído espalha-se pela multidão de corpos bronzeados e um grupo de adolescentes apressados corre pela água para se encontrar com os «maiores».
Quase a um quilómetro de distância, «Big Foot», um louro surfista bem constituído, vira a sua prancha, luta para se manter de pé na superfície polida e começa a «ventilar» — respirando rapidamente para dar à sua corrente sanguínea uma overdose de oxigénio. Então, está pronto, e a sua prancha corta rapidamente a água em direção à praia.
Cada uma das atividades ilustradas pelos exemplos que acabou de ler lida com um processo biológico comum que todos experimentamos, a respiração. Este capítulo é sobre este processo biológico e sobre como o leitor poderá produzir grandes quantidades de energia através do seu correto uso.
A respiração do universo
O simples facto de respirar, que realizamos a cada momento para nos mantermos vivos, é algo que muitos de nós consideram garantido. Desconhecido a um nível consciente, este ato físico liga-nos mental e espiritualmente a poderosas forças cósmicas muito para além da nossa compreensão. Cada inalação que fazemos põe em contacto direto parte do universo externo e os órgãos internos dos nossos corpos; por isso, místicos e grandes mestres ensinaram, ao Longo da história, que o correto domínio da respiração é o melhor e o mais rápido método para que se estabeleça harmonia entre o indivíduo e os ritmos do universo. Eis o que o célebre mestre Yogi Ramacharaka tem a dizer sobre a importância de uma respiração correta, na sua obra The Science of Breath (A Ciência da Respiração).
«A vida depende absolutamente do ato de respirar. “A respiração é a vida”.
Por muito que discordem em relação a alguns pormenores, os Orientais e os Ocidentais concordam com estes princípios fundamentais.
Respirar é viver, e sem respiração não há vida. Não só os animais superiores dependem da respiração para poder viver saudavelmente, como até as formas mais primitivas da vida animal têm de respirar para viver. E a vida das plantas depende igualmente do ar para continuar a existir.»
Sabemos que o ser humano pode estar durante semanas sem ingerir qualquer alimento sólido; na verdade, tem sido demonstrado que o jejum aumenta o tempo de vida de uma pessoa. Sabemos também que os seres humanos podem sobreviver durante dias sem beber líquidos, mas não respirar durante um período de tempo superior a alguns minutos pode tornar-se desastroso. Devido à importância óbvia desta função fisiológica, e à sua relação com um bom estado de saúde, poder-se-ia pensar que a civilização ocidental ou, nas palavras do Yogi Ramacharaka, o Ocidente, destinaria pelo menos uma parte da educação das suas crianças à aquisição de bons hábitos respiratórios. Infelizmente, o oposto é que é verdade. Na realidade, uma criança recém-nascida respira de maneira mais natural e mais eficiente do que um adulto do mundo ocidental. Para familiarizar o leitor com o que acontece quando respira, a parte seguinte deste capitulo delineará, não apenas o processo respiratório, mas também os órgãos do nosso corpo que participam nesse processo e o modo como se relacionam.
Série de Excertos do Livro A RELAÇÃO ESPAÇO/TEMPO de Leo F. Luszia
Revisto em 09/2021
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