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O QUE ORIGINA UMA DOENÇA GRAVE?

Entre uma doença benigna e uma doença grave não existe diferença de género, mas de grau.

Fundamentalmente, todas as doenças têm uma natureza idêntica. Contudo, nas doenças graves o grau de deterioração do terreno e a amplitude dos danos são muito maiores do que nas doenças normais: as carências são mais profundas, as sobrecargas mais abundantes e as perturbações da vida celular mais importantes. O estado de deterioração do terreno é tal, que as funções orgânicas não só são refreadas ou dificultadas, mas se desviam ou sofrem interrupções. Como é possível, pois, chegar a um tal estado de desorganização da matéria viva?

Como já vimos, as doenças não aparecem subitamente; são o re­sultado de um longo processo. Doenças graves como o cancro, a SIDA ou a esclerose múltipla não afectam subitamente uma pessoa saudável. São manifestações terminais de um estado de saúde defeituoso que se vem desenvolvendo há anos.

O facto de as crianças poderem ser atingidas pelas doenças graves demonstra o enorme interesse que existe em evitar as curas fictícias, que apenas produzem uma saúde aparente, e reforça a necessidade de procurar curas que garantam uma saúde genuína. Só ela permite a transmissão de um terreno são e forte à nossa descendência.

Antes de se atingir o ponto de enfermidade grave, a doença atra­vessa três fases diferentes.

A primeira é a fase dos sinais de alarme. Uma pessoa que até então gozou de boa saúde verifica o surgimento de vários tipos de trans­tornos ligeiros. Estes indicam-lhe que saiu do seu estado de saúde perfeita. Trata-se, por exemplo, de uma falta de ânimo, de indisposi­ções passageiras, uma tensão nervosa anormal, dificuldades de recupe­ração após um esforço ou aparecimento de borbulhas ou problemas digestivos. A pele pode também perder o brilho, e o cabelo ficar sem vida… Todos estes sinais indicam a existência de uma degradação do terreno. Estes transtornos poderão desaparecer mais rapidamente se a pessoa, efectivamente, os considerar meros sinais de alarme e actuar em conformidade, quer dizer, fazendo uma análise do seu modo de vida nos dias ou semanas que antecederam o surgimento dos sintomas e suprimindo então as causas que produziram as modificações do seu terreno.

A sua higiene de vida poderá por vezes não estar de acordo com as possibilidades orgânicas, devido a excessos alimentares, ao consumo abusivo de produtos tóxicos, a um excessivo esgotamento nervoso, a uma falta de sono, a um período demasiado sedentário. O terreno degrada-se sempre que o modo de vida ultrapassa a capacidade de trabalho do corpo e que as suas capacidades orgânicas diminuem por um motivo ou outro e não conseguem já realizar o trabalho que se lhes pede.

Se o paciente não ouve as advertências que o seu próprio corpo lhe faz e continua vivendo para além das suas capacidades, sem corrigir coisa alguma, o terreno continuará a sua via de degradação. O acumulo de resíduos e toxinas nos humores continuará a fazer-se, até alcançar o limiar da tolerância e a força vital reagir energicamente, para de­sencadear crises salvadoras de limpeza.

A segunda fase, a das doenças agudas, é, então, atingida. Ultra­passa-se a capacidade de suportar o nível de toxinas e todas as forças vitais do organismo se mobilizam para expulsar o excesso residual. De acordo com a localização ou com as características destas crises de limpeza, a medicina clássica fala de gripe, de sarampo, de bronquite, etc., etiquetando cada uma das reacções defensivas do organismo e considerando-as, inadequadamente, como doenças.

Regra geral, as doenças agudas são violentas e espectaculares. A febre que as acompanha revela a intensa actividade que o corpo realiza para se renovar. Por outro lado, esta actividade estende-se à do organismo, sendo necessários todos os canais excretores; por exemplo, nas gripes, os catarros das vias respiratórias, os problemas intestinais, as sudações profundas e as urinas carregadas. As doenças agudas são de curta duração, pois a intensidade dos esforços de purificação orgânica é suficiente para permitir um rápido regresso à normalidade.

Nesta fase, o erro consiste em confundir o efeito com a causa. Se tomam as reacções defensivas como a causa e não como o efeito degradação do terreno, a terapêutica não será dirigida a auxiliar o organismo nos seus esforços de depuração, indo, pelo contrário, reprimi-las como inoportunas e molestas. O tratamento dos sintomas anulará os esforços da força vital, ou seja, do sistema imunológico, e enviará as toxinas para as profundidades. A operação concluir-se-á com o aumento da percentagem de intoxicação e com a diminuição das capacidades defensivas do organismo.

Se o doente, satisfeito com o desaparecimento dos sintomas, reto­mar a sua anterior forma de vida, os resíduos voltarão a acumular-se. Cada novo tratamento paliativo a que recorra para reprimir os esforços de desintoxicação do seu organismo originará o aumento de resíduos e diminuirá a capacidade de reacção da força vital. Com a continuação, na etapa das enfermidades graves, poderá haver quem se admite por as forças imunológicas serem praticamente inexistentes. Contudo, ao longo da vida do paciente, nada mais se fez para além de destruí-las.

Na terceira fase, as doenças deixam de ser agudas, para se conver­terem em crónicas. A percentagem da sobrecarga é muito mais importante e a força vital que resta é insuficiente para poder realizar de uma só vez uma limpeza orgânica, como acontece no caso das doen­ças agudas. Assim, observar-se-á que as bronquites, os eczemas ou as crises hepáticas se repetirão com poucas semanas ou meses de intervalo. Os esforços de desintoxicação devem renovar-se constantemente, pois o meio interno nunca ficará suficientemente depurado.

Decididamente, nesta fase o corpo deve ser ajudado a partir do exterior, já que as suas próprias forças são insuficientes para pôr termo à contaminação. Pode proporcionar-se esta ajuda através de curas de limpeza, associadas a curas de revitalização destinadas a colmatar as carências, e através do uso de remédios fisiológicos es­pecíficos. Deste modo, o terreno recupera uma composição quase normal e a saúde pode restabelecer-se.

Lamentavelmente e com demasiada frequência, o paciente conti­nua a acreditar que para cada doença se torna necessário um remédio, e que, quanto mais grave ela for, mais forte este deverá ser. Com esta convicção, o doente continuará a preocupar-se em fazer desaparecer os efeitos, sem jamais suprimir as causas. Desta forma, as resistências do terreno e das forças vitais diminuirão cada vez mais.

Nas três primeiras fases da doença, a força vital era ainda sufi­cientemente forte para, com maior ou menor energia, efectuar a ex­pulsão dos resíduos. Mas, uma vez chegados à quarta fase, a das doenças graves, perder-se-á esta possibilidade. Os resíduos e as toxi­nas já não podem ser correctamente expulsos do corpo. A partir deste momento, o organismo deve tentar habituar-se a esta presença maciça e perturbadora do seu funcionamento. Apesar do alto grau de intoxi­cação, deve travar uma luta pela sobrevivência.

Actualmente, cada vez nascem mais pessoas cujas forças imu­nológicas se encontram tão diminuídas que, com a evolução dos seus transtornos, nem sequer passam pelas três primeiras fases normais da doença. Desde o nascimento, o corpo sobrecarrega-se de resíduos sem que nenhuma crise de limpeza possa interromper a degradação do terreno.

Na quarta fase das doenças, as restantes forças vitais tentam ainda encontrar soluções para salvar o paciente, mas estas soluções devem ocorrer no marco restrito do meio interior e são cada vez mais difíceis de realizar. Efectivamente, para onde poderá a força vital enviar as novas ondas de resíduos e toxinas que não cessam de invadir os tecidos? Como poderá ela ainda proteger as células?

As células, que deveriam nadar em líquidos nutritivos vivificantes e puros, afogam-se em líquidos saturados de matéria residual e de substâncias tóxicas que carecem dos indispensáveis nutrientes. São obrigadas a viver numa espécie de lamaçal envenenado.

Podem, então, produzir-se todo o tipo de distúrbios. A vida celular afasta-se progressivamente da normalidade, e a matéria viva desorganiza-se­ cada vez mais, manifestando-se pela destruição de alguns tecidos ou órgãos (esclerose, lesões irreversíveis, cancro, deforma­ções), com o aparecimento de comportamentos aberrantes por parte das células que já não estão submetidas ao controlo inteligente da força vital, ou com a incapacidade do corpo para se defender como um todo organizado frente às agressões microbianas e víricas.

Nesta fase, mais do que em qualquer outra, não se pode esperar que um remédio ou uma intervenção arbitrária estabeleça a ordem no caos orgânico. Resta apenas uma solução lógica: modificar o terreno tanto quanto possível, em benefício da saúde e, para isso, os recursos jamais serão suficientes.

As dificuldades encontradas pelos investigadores no aperfeiçoa­mento de remédios eficazes contra as doenças da quarta fase advêm do facto de que as curas não se podem obter por meio de atalhos. É necessário voltar atrás enquanto houver tempo, suprimindo e cor­rigindo todos os erros cometidos até esse dia, ou seja, agindo profun­damente sobre o terreno.

É o único meio de obter uma remissão ou uma cura verdadeira, como já o provaram todos aqueles que assim procederam.

A doença passa por três estádios diferentes antes de atingir a fase das doenças graves, que são as manifesta­ções terminais de um estado de saúde defeituoso que se vem desenvolvendo há anos.

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

Fonte: https://solucaoperfeita.com/magnesio/o-que-origina-uma-doenca-grave/

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