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OS EXCITANTES

Para além dos alimentos propriamente ditos, consumimos regular­mente produtos que, erradamente, temos na categoria de alimentos. Trata-se de excitantes como o café, o chá, o cacau, a cola e o álcool. O tabaco é também um excitante corrente, mas não alimentício.

Os excitantes praticamente não proporcionam ao organismo ne­nhuma substância nutritiva. No entanto,são consumidos em larga escala por darem a ilusão de proporcionarem energia.

Devido aos nossos hábitos de vida antinaturais (stress, falta de sono… ), estamos sempre cansados e, por conseguinte, procuramos continuamente estimularmo-nos com a ajuda de excitantes. Na realidade,a energia que sentimos ao tomar um excitante não é proporcio­nada pelo excitante em si, mas extraída das reservas do nosso corpo. Efectivamente, todos os excitantes contêm numerosos venenos. Com o propósito de preservar o organismo, a força vital desencadeia uma reacção defensiva acelerando todos os metabolismos, para neutralizar, decompor e eliminar esses venenos.

Esta aceleração do organismo é sentida como um aumento de força quando, na realidade, o corpo se esgota reagindo contra os sucessivos envenenamentos. Então, produz-se um verdadeiro círculo vicioso: quanto mais se estimula o corpo com excitantes, mais ele se cansa e, quanto mais cansado, maior a necessidade de se estimular.

No momento de qualquer esforço, existe um desgaste dos tecidos e uma produção de resíduos pela decomposição do carburante utili­zado pelas células. As toxinas do cansaço, acumulando-se nos tecidos, podem sobrecarregar perigosamente o terreno, sobretudo se o esforço se prolongar exageradamente. O cansaço é o sinal que nos é dado para que interrompamos os nossos esforços, com o fim de permitir a eli­minação dessas toxinas.

Se esse tempo de depuração que representa o descanso não for respeitado, e se, graças aos excitantes, se extraem novas forças das reservas, possibilitando a continuação dos esforços, então produzir-se­-ão novas toxinas. Estas vão juntar-se às que se acumularam anteriormente e que haviam criado a necessidade do excitante. Quando não se concede ao organismo o repouso necessário, ele intoxica-se cada vez mais com as suas próprias toxinas.

A esta intoxicação endógena pelas toxinas da fadiga junta-se a intoxicação por parte dos venenos contidos nos próprios excitantes.

café, o chá, o cacau e a cola

As bebidas feitas à base de café, chá, cacau ou cola contêm, em proporções variáveis, um ou vários dos seguintes alcalóides: cafeína, teofilina e teobromina. Estas três substâncias são solúveis na água e nas gorduras. Por conseguinte, podem penetrar em qualquer tecido: a membrana protectora da célula, cuja natureza é gordurosa, não pode funcionar como filtro face a esses venenos. A intoxicação com estes três alcalóides é, pois, susceptível de chegar às profundezas dos teci­dos melhor protegidos, como os dos nervos e os do cérebro.

Mas os danos causados por estas bebidas não ficam por aqui. Elas originam, também, uma ingestão de alcatrões e ácido oxálico, as quais não podemos desprezar. Além disso, a purina, substância que, uma vez decomposta, produz ácido úrico, está contida nestas bebidas em percentagem muito elevada. Cem gramas de chá seco fornecem ao organismo tanto ácido úrico como 600 litros de leite.

As bebidas alcoólicas

Os danos do álcool são sobejamente conhecidos por todos, mas, como estamos demasiado habituados a ouvir falar deles, não lhes prestamos já a devida atenção. A frase habitual é: “Um pouco de álcool não vai fazer mal nenhum.” Contudo, o consumo diário de 3 decilitros de vinho de 12 graus equivale a uma ingestão de 15 litros de álcool puro por ano; o consumo de 1 litro de vinho de 10 graus corresponde à ingestão de 100 gramas de álcool puro. O álcool não é um alimento; muito pelo contrário, trata-se de um veneno que esgota o fígado e irrita e endurece os tecidos.

tabaco

Conquanto se repita com frequência que a nicotina, o óxido de carbono, o cádmio, o 3-4 benzopireno, etc., inalados pelo fumador a cada cigarro, ou por aqueles que o rodeiam, são venenos violentos, e apesar de todos os anúncios relativos à intoxicação pelo tabaco, pou­cas pessoas, proporcionalmente, levam a sério estas advertências. Efectivamente, existe à nossa volta um grande número de pessoas que parecem sobreviver a este envenenamento, apesar da ingestão de doses de tabaco superiores às que se consideram como mortais.

Não obstante, devemos precisar que essas doses são mortais quan­do se encontram no sangue. Graças aos incessantes esforços da força vital, os venenos do tabaco, assim como todos os produtos tóxicos, sejam quais forem, são rapidamente extraídos do sangue para serem eliminados pelos órgãos excretores, caso estes tenham um funciona­mento normal, ou repelidos para as profundezas dos tecidos. Face a uma intoxicação diária, os órgãos excretores são, com toda a certeza, rapidamente superados e os venenos passam do sangue aos tecidos, o que salva o intoxicado, por conservar o seu sangue dentro dos padrões normais compatíveis com a vida.

  O facto de o fumador se salvar provisoriamente de uma morte rápida não quer dizer que não esteja submetido a um lento envene­namento que provocará, ao longo da sua existência, múltiplos trans­tornos que acabarão por conduzi-lo a uma morte lenta, pela degrada­ção profunda do terreno.

PS. Ao tomarmos um excitante, o aumento de energia que sentimos na realidade nada mais é do que uma reacção defensiva do organismo.

Texto pertencente ao livro COMPREENDER AS DOENÇAS GRAVES

De CHRISTOPHER VASEY

Fonte: https://solucaoperfeita.com/magnesio/os-excitantes/

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