Qing Hao – um antimalárico eficaz
O qing hao (Artemísia annua), ou losna-chinesa, é um excelente exemplo de como a medicina natural pode ter impacto significativo nos avanços da medicina tradicional. Em 1970, investigadores chineses redescobriram o seu potencial quando tentavam encontrar um remédio à base de plantas para tratar a malária.
Pesquisas subsequentes revelaram que a artemisina, um dos principais constituintes do qing hao, é eficaz contra o parasita da malária, introduzido no organismo por mosquitos infetados e responsável anualmente pela morte de milhões de pessoas.
Atualmente, o tratamento contra a malária já foi revolucionado pela combinação terapêutica à base de artemisina (ACT), que junta derivados da artemisina e agentes farmacêuticos num único fármaco.
Como a ACT trata com segurança a malária em apenas três dias, a OMS considerou-a um tratamento de primeira linha contra esta doença: até ao momento já salvou milhões de vidas em todo o mundo. Contudo, esta combinação é cara, custando até mais 15 vezes do que a geração anterior de fármacos antimaláricos.
Porém, sobre o ponto de vista económico, a artemisina também demonstrou ser revolucionária. Em 2003, os Médicos sem Fronteiras, em colaboração com institutos de investigação de África, da Ásia, da Europa e da América do Sul, criaram a Drugs for Neglected Diseases Initiative. Até à data, esta parceria desenvolveu duas formas de ACT, os primeiros medicamentos não patenteados no mundo, que estão a ser utilizados na Ásia, em África e nas Américas Central e do Sul, onde estão a mudar tanto o estado de saúde das comunidades afetadas pela malária como as respetivas previsões económicas.
Fonte: O GRANDE LIVRO DAS PLANTAS editora Selecções